Associação Pak Entrevistas
 

 

 

 

Juarez Silva

Fotógrafo e Professor

A influencia dos filmes de kung fu...

Assim como a maioria das pessoas, fui influenciado por filmes de Kung Fu. Lembro-me da primeira vez que fui ao cinema, eu devia ter 12 ou 13 anos, ir ao cinema não era uma prática tão comum naquela época e não havia muitas opções de filmes então, convidado por um amigo mais velho, fui ver meu primeiro filme na telona, não me lembro qual exatamente, porém era um de Bruce Lee. Lembro-me que toda aquela habilidade me fascinou e criou marcas profundas.

Meus caminhos até a Associação Pak Shao Lin...

 Em 1985 eu era aluno da Pró-Vida, um instituto que se propõe a conduzir os interessados a uma Integração Cósmica, e trabalhávamos o nosso desenvolvimento mental e espiritual. Através deste Instituto tive conhecimento do Mestre Chan, pois ele havia dado aula para o fundador da Pró-Vida (já falecido na época) e dava aula aos alunos interessados da Pró-Vida, uma vez que a semente já estava plantada, aquilo me chamou muito a atenção, imagine: arte marcial e filosofia juntos? Era tudo o que queria. Porém, como os horários não eram compatíveis, fiquei somente com a vontade aguçada, enfim, no ano seguinte já estava em outro emprego e fiquei sabendo que um dos alunos do Mestre Chan, o Anselmo, que inclusive dava aula também na academia do Mestre Chan, estava dando aula em uma academia na zona sul, próximo à Interlagos e que era bem perto de onde eu trabalhava na época e ,desta vez, deu certo. Treinei com o Anselmo nesta academia e em mais duas outras durante quatro anos mais ou menos e, durante este período conheci a Pak Shao Lin que funcionava na Voluntários da Pátria, em frente ao Bradesco, nesta época, se não me engano em 1990 e 1991 o então hoje Mestre Gilmar Dantas, era conhecido como "Shaolin" (um apelido carinhoso dos amigos). Lembro-me que participava dos treinos da academia principalmente aos sábados, para fazer combate livre com o Flávio, o Bira, o Alemão, o Gordo (só me lembro do apelido) e algumas vezes durante a semana. Aos sábados a academia ficava lotada, então íamos treinar na praça Heróis da Força Exp. Brasileira que era bem próxima.

Quanto aos treinamentos na Pak...

Acho muito boa a seqüência que foi desenvolvida, onde podemos ter um  treinamento mais completo e com isto, damos mais possibilidades de desenvolver várias habilidades essenciais como: parte física, katis, golpes, técnicas, etc.

Meus Mestres e Professores...

Estou satisfeitíssimo, há muito respeito e amizade e é o que ajuda a fortalecer estes princípios, para mim, é difícil sentir-se sozinho ou sequer deslocado. Todos são prestativos e dispostos a ajudar. Sinto que há um verdadeiro interesse no desenvolvimento da arte marcial e, conseqüentemente, o aspecto mental.

Os mais jovens treinam comigo sem distinção...

Com relação ao ambiente de treinamentos sinto que é amigável. Na unidade da Pak em que treino, por enquanto, não há pessoas na minha faixa de idade.  O que é uma pena, porém, os mais jovens me respeitam e treinam comigo sem distinção. 

O preparo físico...

Me sinto mais leve e disposto, a resistência aumentou muito e obviamente a saúde melhorou bastante.

 A aplicação das técnicas em lutas...

Uma coisa que achei interessante foi a aplicação de técnicas de kati em lutas, apesar de difíceis de serem usadas na hora da luta, se você tiver o controle e treino suficientes, elas são bem eficazes, porém como disse, é preciso controle e treino.

Com relação a parte filosófica e mental...

Elas são sutis, existentes, porém sutis. Sei que é muito difícil associar a filosofia e desenvolvimento mental quando a maioria (e no nosso caso de adolescentes) está mais interessada no aspecto físico mas, algo cada vez mais para mim se torna evidente, precisamos da parte física, quanto mais saudável melhor, não como objetivo, mas como um meio, uma ponte para desenvolvermos mais e mais o aspecto mental se assim o quisermos.

Tenho mais disposição, energia, flexibilidade...

É inegável os benefícios que qualquer atividade física pode trazer, no meu caso além da diminuição do peso, há outros fatores que isto acarreta, como: mais disposição, energia, flexibilidade, resistência, etc. Conseqüentemente, você nota que os preceitos ditados por Boddhidharma sobre “Corpo são, mente sã” é realmente verdadeiro; quando não estamos bem fisicamente, isto pode afetar bastante nosso estado mental e quando nossa mente não está bem, isto também reflete no físico, minando inclusive nossa disposição para realizar coisas. Hoje posso notar que meu crescimento apesar de altos e baixos, têm sido constante, com isto consigo reconhecer o significado das palavras paciência e persistência. Paciência consigo próprio, com sua limitações e temores e apesar disto persistir no aprendizado.

 Meu futuro com relação ao kung fu...

No mínimo que eu possa continuar a aprender, desenvolver-me física e mentalmente e alcançar estágios que para mim são essenciais como superar as minhas dificuldades. 

* Para conhecer o site do Juarez sobre fotografia, visite:
 www.juarezsilva.com.br

(Arquivos da Associação Pak Shao Lin de Kung Fu )

<< mais entrevistas